PP - Polipropileno

Saiba mais sobre suas características, aplicações e reciclagem

O polipropileno (PP), é um polímero de adição sintetizado a partir do propileno, um subproduto gasoso do refino de petróleo. É um dos termoplásticos mais versáteis, com inúmeras aplicações no mercado devido ao seu baixo custo e bom desempenho em diversos processos de transformação. 

 

O polipropileno é uma resina de baixa densidade, que oferece um bom equilíbrio de propriedades térmicas, químicas e elétricas, acompanhadas de resistência moderada. Uma particularidade do PP é o seu “efeito dobradiça”, ou seja, pode-se fazer peças com dobras no próprio material (tampas dobráveis de frascos, estojos para óculos). O PP possui baixa resistência à intempéries, ou seja, peças expostas ao sol ficarão manchadas e provavelmente haverá uma perda nas propriedades do material.

 

Atualmente, é um dos plásticos mais produzidos no mundo e sua versatilidade e adaptabilidade à diversos métodos de fabricação fazem com que esse material seja utilizado em diferentes áreas e sua aplicação continue crescendo ao longo dos anos, desafiando a entrada de materiais alternativos no mercado. 

 

Por ser um termoplástico de baixo custo e fácil processamento, esse polímero pode ser modificado através de processos de copolimerização e aditivação a fim de adquirir uma vasta gama de propriedades, tendo grande aplicabilidade nas indústrias de embalagens, fibras e moldagem por injeção. Devido a sua estrutura semi-cristalina, é um material altamente resistente à flexão e à fadiga, e, por ser uma resina que oferece um bom equilíbrio entre propriedades térmicas, químicas e elétricas, se tornou uma das principais poliolefinas existentes no mercado. 

 

Suas excelentes características fazem com que o polipropileno seja um plástico consumido em larga escala, visto que oferece grandes vantagens em relação a outras matérias-primas. Sua baixa densidade garante produtos leves, reduzindo custos de transporte e sua ótima processabilidade torna a produção mais ágil e econômica, garantindo a redução de gastos com materiais, máquinas e mão de obra. A resistência a corrosão, impactos e a baixas temperaturas, além da sua superioridade em transparência, brilho e acabamento superficial fazem com que o polipropileno seja um material de grande interesse comercial. 

 

Apesar de suas características, algumas desvantagens podem explicar a busca por novos materiais que substituam o polipropileno. Por ser um material de origem fóssil, seu custo de produção está suscetível às variações dos preços do petróleo, além de gerar resíduos que podem demorar de 250 a 400 anos para se decompor. 

 

Do ponto de vista operacional, o polipropileno é altamente suscetível à oxidação e a mesma pode ocorrer sob condições normais de processamento. Sendo assim, torna-se necessário o uso de aditivos antioxidantes para que o material seja devidamente estabilizado.

 

O PP possui uma vasta gama de aplicações e é utilizado em larga escala principalmente pela indústria de embalagens, em razão de suas características atrativas, como:

  • É inerte química e biologicamente, é atóxico, conserva o aroma e pode ter contato com fármacos e alimentos;
  • Possui baixa densidade, tornando as embalagens mais leves e reduzindo os custos com transporte;
  • Apresenta excelente processabilidade;
  • É transparente, brilhante e possui ótimo acabamento superficial;
  • É rígido e resistente a mudanças de temperatura;
  • Possui temperatura de fusão de 150°C; 
  • É possível reprocessar o PP mais de dez vezes, sem que ocorram alterações significativas nas suas propriedades mecânicas, o que é desejável do ponto de vista da indústria de reciclagem mecânica. 

No geral, o PP apresenta inúmeras aplicações, dentre elas:

  • Filmes para embalagens e alimentos; 
  • Embalagens industriais; 
  • Cordas;
  • Tubos para água quente;
  • Fios e cabos;
  • Frascos e potes;
  • Caixas de bebidas;
  • Autopeças; 
  • Fibras para tapetes e utilidades domésticas; 
  • Fraldas; 
  • Seringas descartáveis; 
  • Peças injetadas e sopradas; 
  • Utilidades domésticas; 
  • Copos e artigos descartáveis; 
  • Brinquedos; 
  • Móveis para jardins;
  • Caixas de bateria; 
  • Tampas de refrigerantes;

Assim, o polipropileno é majoritariamente utilizado em aplicações de vida curta, tais como embalagens, então é usualmente descartado em um prazo máximo de 2 anos. O que implica que uma grande quantidade de resíduo é gerada em um curto período de tempo. Por isso, há uma crescente preocupação com a disposição final desses resíduos. Visto que é um polímero termoplástico, o polipropileno pode ser remoldado quando submetido a temperaturas elevadas, o que faz com que seja passível de ser reciclado. 

 

A reciclagem do polipropileno apresenta diversos benefícios como a economia de energia, a preservação de fontes esgotáveis de matéria-prima, a redução de custos com disposição final do resíduo, a economia com a recuperação de áreas impactadas pelo mau acondicionamento dos resíduos, o aumento da vida útil dos aterros sanitários, a redução de gastos com a limpeza e a saúde pública, e a geração de emprego e renda. 

 

Na Europa, o índice de reciclagem de plásticos é de 31,1%, ultrapassando o percentual desse material depositado em aterros, porém, no Brasil, a maioria das empresas de reciclagem são de pequeno porte e, por isso, a separação é feita, majoritariamente, de forma manual, o que dificulta o processo de reaproveitamento desses materiais. 

 

A Associação Brasileira da Indústria do Plástico calcula que 25,8% dos plásticos de vida curta produzidos são reciclados no país. Porém, de acordo com a ONG internacional WWF, apenas 1,28% de todo o plástico produzido no Brasil é efetivamente reinserido na cadeia de valor, e os dois principais motivos são a falta de tecnologia adequada e o baixo valor de mercado do plástico reciclado. 

 

Devido às dificuldades de logística e à viabilidade econômica dos processos, a geração de plásticos recicláveis tem ultrapassado a capacidade de conversão desses materiais em produtos utilizáveis, fazendo com que grande parte dos resíduos seja depositado no ambiente. Em 2005, o polipropileno já se encontrava entre os principais termoplásticos presentes nos resíduos das grandes cidades brasileiras.

 

Além da reciclagem, outro destino final para os materiais plásticos é a incineração. A queima de plásticos libera substâncias perigosas, como metais pesados, poluentes orgânicos persistentes e resíduos de cinzas para o ar. Esses poluentes contribuem para o desenvolvimento de asma, câncer e distúrbios endócrinos. Os poluentes orgânicos persistentes são capazes de viajar longas distâncias até que são depositados no oceano e nas calotas polares, onde podem adsorver-se em outros detritos plásticos marinhos e em microplásticos, ameaçando a saúde marinha e a humana. 

 

Apesar de plantas, atualmente em operação, utilizarem tecnologias para queimar o plástico e transformá-lo em energia, sua construção e operação são extremamente caras. Além disso, essas usinas têm o potencial de emitir poluentes tóxicos, visto que empregam purificadores, precipitadores e filtros sofisticados que, de acordo com um relatório publicado em 2017 pelo Conselho Mundial de Energia, "são úteis desde que as plantas de combustão sejam adequadamente operadas e controladas". 

 

O PP possui uma variação chamada BOPP (polipropileno bi-orientado), um plástico metalizado de difícil reciclagem, usual em embalagens de salgadinhos e biscoitos.

 

Referências

 

Polipropileno. Disponível em 

<https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/12581/1/ALLFortuna.pdf>

Acesso em 17 de Setembro de 2020.

 

PP. Disponível em

<https://mundodoplastico.plasticobrasil.com.br/gest-o/polipropileno-motivos-para-aplicar-na-produ-o-de-embalagem> Acesso em 17 de Setembro de 2020.

 

Limite de Reciclagem. Disponível em

<http://repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/93192/1/2-s2.0-27744587905.pdf> Acesso em 17 de Setembro de 2020.