Polímeros termoplásticos e termofixos

Entenda melhor as diferenças entre os polímeros e suas implicações para as embalagens

Os polímeros PET, PP, PEAD, PEBD, PS, PVC e EVA são polímeros termoplásticos, ou seja, diferentemente dos termofixos, esses polímeros contém em sua estrutura química apenas ligações secundárias fracas, unindo suas cadeias poliméricas. Por conta disso, os polímeros termoplásticos no estado sólido, ao serem aquecidos a uma temperatura alta o suficiente para vencer a energia dessas ligações, são capazes de se tornar líquidos viscosos, possibilitando a moldagem de inúmeros produtos com formatos variados.

 

 Assim, ao serem resfriados novamente, as ligações secundárias se formam, quando é atingido um certo nível de energia entre as cadeias e os termoplásticos voltam a ser sólidos. Portanto, os polímeros termoplásticos, se reaquecidos, podem ter sua forma alterada mecanicamente repetidas vezes, o que os possibilitam passar pelo processo de reciclagem mecânica.

 

Os polímeros conhecidos como termofixos, não são capazes de serem conformados novamente a partir de um novo aquecimento. Isso ocorre porque após serem moldados pela primeira vez no formato de um produto, não podem ter sua forma alterada novamente a partir de um novo aquecimento, pois os mesmos contem com ligações primárias fortes entre suas cadeias, impossibilitando tal processo.

 

Dessa forma, um novo aumento da temperatura é responsável por gerar a  quebra de todas as ligações primárias presentes, e isso é válido tanto para as que são responsáveis por ligar as cadeias entre si (intermoleculares) quanto as que tem como finalidade ligar os meros para formar as cadeias (intermoleculares). Porém, tais ligações primárias não se formam novamente, tornando impossível uma remodelagem nesse tipo de material.

 

Dessa forma, apenas os polímeros termoplásticos (PP, PET, PEAD, PEBD, PVC, PS, PC, EVA) podem passar pelo processo tradicional de reciclagem. Já os polímeros termofixos (PU) não podem ser reciclados por processos tradicionais pois um novo aquecimento ocasionaria a degradação do material, não possibilitando sua remodelagem.

 

Com isso, uma alternativa sustentável e economicamente viável para produtos de polímeros termofixos é o reuso, por meio da incorporação dos mesmos a outros materiais, já que um reprocessamento através da reciclagem tradicional é um processo inviável para essa classe de materiais poliméricos.

Reciclagem mecânica dos termoplásticos

 

Um dos problemas ambientais atrelados à utilização de embalagens plásticas é o descarte irregular desses produtos, que demoram séculos para se degradar e se acumulam no meio ambiente, ocasionando sérios impactos ambientais em todo o planeta provocados pela poluição plástica. O Brasil é o quarto maior gerador de resíduos plásticos do mundo, e portanto deve repensar sua cadeia de produção e consumo de embalagens plásticas.

 

 

A poluição plástica é um problema ambiental mundial e de urgente resolução, pois a produção de plásticos segue em ritmo de crescimento acelerado, e exponencial. A produção de plástico virgem só no século XXI, equivale a todo volume produzido entre 1950 e 2000. Desde 1950, quando os plásticos começaram a ser fabricados em escala industrial, o mundo produziu um total de 8,9 bilhões de toneladas de plástico, e a sua maioria, 4,9 bilhões, se acumula em aterros sanitários ou na natureza, em locais indevidos.

 

 

 

A solução mais indicada, do ponto de vista social e ambiental para o tratamento pós consumo dos plásticos é a reciclagem, que permite que o produto volte para a cadeia produtiva e se transforme em uma nova peça, prolongando o tempo de vida do material, e garantindo seu ciclo de produção na economia circular.

 

Pela concepção da economia circular, todo produto deve ser reaproveitado, reutilizado ou reciclado, para que não haja o descarte de materiais como lixo, sem a continuação do ciclo do produto. Sabendo que os plásticos mais descartados mundialmente são o PP, PEBD, PEAD, PVC, PET e PS, justamente os polímeros termoplásticos, que são os majoritariamente utilizados em embalagens, e por isso são os mais encontrados em locais inapropriados. Percebe-se um grande desperdício de matéria prima plástica, já que os polímeros termoplásticos podem ser reciclados por meio da reciclagem mecânica, tradicional.

 

 

A reciclagem mecânica dos termoplásticos consiste nas etapas de triagem, moagem, secagem, lavagem, derretimento, corte e granulação. Inicialmente o material plástico é selecionado e separado em uma esteira de triagem, nas cooperativas de reciclagem ou empresas do ramo, onde ele também é moído, em moinhos de facas rotativas, ou prensado.

 

Em seguida o material é encaminhado para a indústria da transformação, na qual ele passa pelos processos de lavagem, para descontaminar o material; pré-secagem, em uma centrífuga ou secador de ar quente com sistema de ventilação e exaustão; secagem completa, por meio da aglutinação, que também compacta e formula a matéria, pois o atrito dos fragmentos contra a parede do equipamento rotativo provoca elevação da temperatura, levando à formação de uma massa plástica; e  derretimento ou extrusão, em máquinas que realizam a mistura da massa plástica colocada em tonéis que giram com alta velocidade, o que gera calor pela fricção das partes de plásticos, fazendo com que a massa de plástico se torne homogênea, independente de sua natureza.

 

Posteriormente, o plástico é moldado em diversas formas, ou cortado em pequenos grânulos, para ser injetado em moldes variados e se transformando em novos produtos, como vassouras, carrinhos de mercado, sacolas e tubos.

 

Uma das vantagens da reciclagem do plástico é garantir a redução da disposição final dos resíduos poliméricos em aterro, o que diminui seu tempo de vida e ainda leva muitos anos para que ocorra a decomposição. Além disso, a reciclagem tem relevante importância por evitar que mais matéria-prima fóssil para a fabricação de plástico seja utilizada, preservando, assim, as reservas de recursos naturais não renováveis.

 

A reciclagem de plásticos também promove ganhos econômicos e de imagem para os envolvidos, já que, por se tratar de uma prática reconhecida como sustentável, vincula a imagem de quem a realiza a atitudes ambientalmente responsáveis.

 

Referências

 

https://revistapesquisa.fapesp.br/planeta-plastico/#:~:text=Garrafas%20de%20%C3%A1gua%20e%20refrigerantes,menos%20200%20anos%20no%20ambiente.

 

https://www.serplastic.com.br/reciclagem/#:~:text=Reciclagem%20de%20PEBD&text=Os%20processos%20de%20reciclagem%20mec%C3%A2nica,do%20in%C3%ADcio%20efetivo%20do%20processo.

 

https://www.tslambiental.com.br/reciclagem


https://afinkopolimeros.com.br/termoplasticos-e-termofixo-entenda/