PET - Poli(tereftalato de etileno)

Saiba mais sobre suas características, aplicações e reciclagem

O PET é um poliéster e também o material termoplástico mais reciclado no Brasil e no mundo. A principal aplicação do PET, no Brasil, é na indústria de embalagens, isso se deve às desejadas características deste polímero, como:

  • Alta resistência mecânica (ao impacto), química, ao desgaste e à corrosão.
  • Atua como uma excelente barreira para gases e odores, sendo ideal para embalagens de bebidas.
  • É leve, inerte e transparente.
  • Apresenta alta temperatura de fusão: 265ºC e alta estabilidade hidrolítica, ou seja, alta resistência dos óleos contra o processo de oxidação e hidrólise.
  • O uso de PET reciclado pode gerar metade das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em comparação com o plástico virgem. 

As aplicações do PET são: fibras têxteis (67%), embalagens processadas por injeção-sopro (24%), filmes biorientados (5%) e polímeros de engenharia (4%). O sucesso deste material deve-se à sua excelente relação entre as propriedades mecânicas, térmicas e o custo de produção.

 

No Brasil, a principal aplicação do PET é na indústria de embalagens (71%). O segmento do mercado nacional da indústria alimentícia e de embalagens corresponde a 32% do mercado brasileiro de polímeros envolvendo diretamente o uso do PET para embalagens de bebidas carbonatadas. 

 

Nos últimos anos, os polímeros têm aumentado sua participação na composição do resíduo sólido urbano (RSU). Os principais polímeros produzidos no Brasil e encontrados no RSU são: o polietileno de alta, baixa densidade e baixa densidade linear (PEAD, PEBD e PELBD), o polipropileno (PP), o poli(cloreto de vinila) (PVC), o poli(tereftalato de etileno) (PET) e o poliestireno (PS)

 

A produção de PET corresponde a 9% da produção total de polímeros no Brasil, entretanto, a fração de PET no RSU correspondente aos polímeros é em média de 20%. Isto se deve ao fato do PP e do PVC serem utilizados como matéria-prima na fabricação de produtos acabados com longa vida útil nas indústrias de bens de consumo e construção civil. 

 

O PET é usado em produtos com curta vida útil como as embalagens. Devido à grande quantidade e variedade das aplicações dos polímeros e o seu tempo de degradação relativamente longo, eles são considerados os grandes vilões ambientais por ocuparem uma boa parte do volume dos aterros. No entanto, os problemas ambientais não são causados pelos polímeros e sim pelo seu descarte de forma inadequada. A reciclagem sistemática dos polímeros é a solução para minimizar esse impacto ambiental.

 

A aplicação do PET pós-consumo na indústria têxtil (43%) impulsiona o crescimento na sua reciclagem. No Brasil não é encontrada uma aplicação mais nobre para esse material, que apresente propriedades de engenharia e preço de commodity. Na indústria têxtil, o PET é usado na fabricação de fios para tecelagem, forrações, tapetes, carpetes e mantas de TNT (tecido não tecido, 34%). Outra parte é destinada a fabricação de cordas (7%) e cerdas de vassouras e escovas (monofilamento, 2%).

 

Um outro mercado em ascensão para aplicação de PET é a fabricação de resinas alquídicas, usadas na produção de tintas e também resinas insaturadas para produção de adesivos e resinas poliéster, (16%). O restante é destinado à produção de laminados, fitas de arquear, tubos, termoformados e a fabricação de novas embalagens para produtos não alimentícios. Apesar deste amplo mercado consumidor, a indústria de reciclagem de PET está no limiar de uma nova fase, onde o PET pós-consumo poderá ser aplicado para a fabricação de novas embalagens de alimentos e bebidas, ampliando ainda mais o mercado consumidor deste material.

 

São inúmeras as aplicações da resina PET PCR (pós consumo, reciclada), como: fibras têxteis, garrafas, tintas, vernizes, carpetes de automóveis, tubulações, telhas, caixas d’água e bancos. Todavia, infelizmente, diferentemente do PEAD, alguns trabalhos sobre reciclagem mecânica por extrusão convencional mostraram que existe um limite de processos de reciclagem no qual as propriedades do PET são mantidas. Após três ciclos de processamento, ocorre uma variação drástica nas propriedades mecânicas do PET, tornando-o duro e quebradiço e, portanto, inutilizável para as mesmas aplicações do polímero virgem. 

 

A reciclagem acontece em três etapas básicas:

  • Recuperação – que se inicia no momento do descarte e termina com a confecção do fardo, que se torna sucata comercializável.
  • Revalorização – com início na compra da sucata em fardos e fim na produção de matéria-prima reciclada.
  • Transformação – final do processo completo de reciclagem, é a utilização da matéria-prima oriunda das garrafas de PET pós-consumo para a fabricação de inúmeros

Referências

 

PET. Disponível em 

<https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14282009000200009>

Acesso em 17 de Setembro de 2020.

 

PET Reciclado. Disponível em

<http://cempre.org.br/informa-mais/id/66/pesquisadores-calculam-o-beneficio-ambiental-do-plastico-reciclado> Acesso em 17 de Setembro de 2020.

 

Associação Brasileira de Indústria de PET. ABIPET: Reciclagem - Recuperação, 2012. Disponível em: <http://www.abipet.org.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=68> Acesso em 17 de Setembro de 2020.